Sou tão diferente do mundo em que vivo, parece que vivo numa bolha insensível, na qual só eu posso me agüentar.
Eu poderia ser mais prestativa, mais humana. Mas não consigo, não posso simplesmente mudar um eu que existe a tantos e tantos anos. A poeira cobre essa bolha, e parece tomar conta dela, de modo que minha visão sobre o mundo se torne embaçado e sujo.
Algumas pessoas tentam limpá-la, mas eu não deixo, pois ameaço derrubar qualquer um que ousar tocá-la... Então todos saem correndo, fogem apavorados.
Dentro, estou eu. Comprimida e encolhida, respirando a raiva, depressão e ao mesmo tempo afogando-me em meu próprio desespero.
Se quer saber, já saí da bolha. Já saí, e não gostei de viver lá fora.
Permito algumas pessoas compartilhá-la comigo, mas não por muito tempo.
Sim, convivo com pessoas que também vive nesse lugar. Mas eles não me ajudam, na verdade, ninguém se ajuda.
Daqui de dentro, posso ver a movimentação das pessoas nas ruas, a pressa ao entrar no táxi e a falta de tempo para observar o mundo ao redor. Então veja bem, por mais que eu viva no meu mundo ( na qual apelidei de ‘’bolha’’) até mesmo as pessoas que vivem lá fora, não têm tempo para saborear dos prazeres e felicidades que o seu mundo propicia. Aqui dentro, vivo o meu mundo constantemente. Mas as pessoas lá fora, não vivem, não esperam, não sentem.
Pelo menos posso rolar a qualquer lugar, escolhendo com quem vou conversar e com quem trocar qualquer físico que muitas pessoas de lá não se permitem.
É assim que eu vivo, é assim que sempre viverei. Mas antes de julgar-me, veja se você está vivendo a sua vida adequadamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário